Um canto
Papel e caneta
E eu aqui
Te transformando em poesia
Tornando em vida a verdade
Da mentira que não quero enxergar.
Porque o real é o que está aqui
No papel.
Real é o que eu te torno
A cada dia que não te vejo.
Real sou eu que te crio
Aqui, no meu conto.
No canto.
Aqui no canto da alma
Que te busca e te acha.
Que te vê de longe.
E te lembra perto.
Lembra dentro.
Lembra vendo.
Ouvindo e tocando
Ali, no canto
Da memória que te chama
Te liga, te conecta
E não te traz
Que te faz e refaz
Que não se despede
E não vai.
E aqui eu canto
No meu canto, no meu conto
O desencanto
O desencontro.
Conto do tempo, do decidir
Das estações
E das perguntas que mudam
Depois das respostas prontas.
A verdade é que choro
Todo dia ao te ver
Em qualquer canto
Da mentira real que te torno.
Choro por causa do vazio
Ao olhar para todos os lados
E de verdade não te ver.
Porque a poesia
E o conto no papel
Na real mesmo
Sei que não são você...
18/01/19
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