sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Depois de aberto o alçapão das dores

Primeiro, era um grande alçapão de dores trancadas e não curadas
Ainda inflamadas pelo sufocamento do tempo...

Depois, toda a história, memória a memória, todas as sensações e ressentimentos, emoções e lembranças, foram revividas
Uma a uma, na medida em que foi possível e relevante serem ressignificadas...

Uma confusão mental, um lapso no espaço-tempo trouxe as tão desejadas respostas, que deram sentido e transformaram todas as dores em doçura e respeito...
Agora, porém, é só vazio.

A dor foi embora, a história foi reconfigurada, ressignificada, o perdão prevaleceu, o amor trouxe paz, e não há mais nada...

Não há o que sustente a permanência das lembranças como nada mais do que elas são: lembranças...

Não há o que me faça esquecer por um dia sequer, mas não há o que faça com que seja reescrito com uma vírgula diferente do que é...

Não há nada aqui mais... só o vazio. Não há dor, não há apego, não há paixão, não há talvez, amor... só o vazio...

Às vezes é manifesta uma saudade ao me lembrar da história recente...
Mas esta lacuna, este vazio que ficou, nada preenche, nada mais preenche...

Aline Antoneli
25/09

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