sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Aleatórios (ou não)

I
Eu recebi o fio d'água de um vazamento e estourei o cano para ver a enxurrada. Eu vi a rachadura e meti os pés no muro para derrubá-lo. Me jogaram uma isca e eu pulei para cima do barco para devorá-lo com pescador e tudo...

II
Eu olho para os meus braços, não consigo nem erguê-los para entregar o que preciso...

III
Que ainda surja muita arte nesse reconhecimento de tudo torto que você é. Que essa instabilidade momentânea se consolide no caminho verdadeiro, que devia ter sido percorrido desde o início...

IV
Parada, de frente pro papel, procurando pela obsessão que não grita mais. A dor que não há mais. O abraço que não foi dado é só uma construção triste na memória. Que pode ser desconstruída e refeita. Que nem os caminhos. Retrilhados e reenfeitados com flores, com perfumes de paz e perdão. O vazio que fica é preenchido de luz. Luz da esperança que fortalece a fé que faz ser dia de novo. Depois da noite escura do desamor, do desassossego...

V
Desaprendi o caminho do engano, e quando me emociono ao me lembrar de vê-lo naquele corredor, sei bem do que digo. A emoção traduz as esperanças em uma concretitude de um sonho real.
Eu me emocionei porque ele existe. Me emocionei porque vi de perto e pude tocar em um sonho construído. É isso que a minha essência livre me diz. Ela me reconfigura a todo tempo, para me tornar quem sou, e me mostrar que posso tocar a realidade dos meus sonhos mais profundos...

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