quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

O endereço da loucura

Minha loucura tem nome, endereço, ainda que desconhecido para mim...
Não sei onde mora quem me revira os pensamentos e me faz perder o sono. Por si só, por ser e por existir. Aqui. Na minha mente. Nos meus medos e temores. No meu olhar para o vazio à procura de respostas. Respostas de perguntas que mudaram ao longo dos tempos. Dos anos.
Cada parte de nós, louca, que se permite se ver, traz uma razão para se perder, latente ou não, visível ou não. O corpo que queima no escuro das madrugadas longas, vazias do cheiro e do toque, ausentes do que se quer ser tocado, experimentado, gozado, me leva para um dia que se prolonga intenso, dias inteiros em segundos, ausentes, sufocantes e insossos.
Deveria pensar em outra coisa, querer diferente, abrir mão do querer, me soltar da ausência que grita. Deveria. Até faria se me desse o sentido, se reencontrasse o caminho do retorno e de dissolução como pó do desejo que dói.
"Seja feliz!". Sou. Ao me saber, ao me aceitar. Me reviro e luto com os grandes fantasmas, vencendo-os dia após dia, só para deixar tudo exatamente como está.

"Só faz sentido o que é sentido", li por aí em algum lugar...

16/01/19

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