Aquele fantasma de novo
Me colocou no centro de espelhos blindados
Isolada, observada.
Enquanto gemia, ele de longe me via
Me assistia.
Enquanto sangrava, em pedaços estava
Não me acolhia.
Ali, exposta, perdida, em dor
Sem abraço, sem calor.
Gritando, sem resposta
Sem ouvir, sem ser ouvida.
De dentro do espelho
A frieza do olhar de quem me deixava ali.
Mais uma vez.
O espelho não se rompeu.
O calor não foi suficiente
Para aquecer, para derrubar
Para estilhaçar a blindagem.
Foi sim, suficiente
Para plantar na minha memória
Mais um retrato fixo
De um olhar que não estava ali...
21/11/2018
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