Se daí de onde estás
Ainda puder me enxergar
Me ler
E perceber as palavras
Que escrevo pra você
Tudo bem...
Se as letras que desenho no papel
Puderem se transformar
Na poesia que te alivia
E no afago que te acalma
Tudo bem...
Se você puder ao menos me ler
Daí de onde estás
Se com as minhas palavras
Eu puder te tocar
Vou seguir te dizendo
O que posso dizer daqui
Do meu lado do universo
Que paralelo ao teu
Só te sente
E não esquece o sentir...
E se a vida, sopro que é
Não permitir mais a gente
De se encontrar
Você daí, eu de cá
Tudo bem
De verdade
Tá tudo bem...
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
Espero
Espero escrevendo
Me recolocando no lugar
Olhando de novo para mim
Compreendendo o que preciso fazer agora
Para dar os próximos passos na vida
Nessa vida que é sopro
Quero deixar as letras virem...
Se desenharem no papel
E encontrarem seu destino
Chegarem onde precisam chegar
Arrancando fôlego de quem as toma
Por ar
Por simplesmente serem
As palavras que quero dizer
Sopro, registro no tempo
Linha que costura e atravessa
Os ciclos
Quero te dizer
Continuar a te encontrar
Para ver os teus lindos olhos
Fazerem florescer a poesia
Para te dar um livro de palavras
Que te trazem para perto
Para mim
E que te trazem paz
Aqui em mim
No meu peito
No meu abraço...
Me recolocando no lugar
Olhando de novo para mim
Compreendendo o que preciso fazer agora
Para dar os próximos passos na vida
Nessa vida que é sopro
Quero deixar as letras virem...
Se desenharem no papel
E encontrarem seu destino
Chegarem onde precisam chegar
Arrancando fôlego de quem as toma
Por ar
Por simplesmente serem
As palavras que quero dizer
Sopro, registro no tempo
Linha que costura e atravessa
Os ciclos
Quero te dizer
Continuar a te encontrar
Para ver os teus lindos olhos
Fazerem florescer a poesia
Para te dar um livro de palavras
Que te trazem para perto
Para mim
E que te trazem paz
Aqui em mim
No meu peito
No meu abraço...
Filha do vento (blower's daughter)
Do vento que deixa tudo ir
tudo levar
tudo o que não tem que ficar
Eu escolho, posso escolher
E escolho deixar
Sempre o amor prevalecer
Quanto ao resto
Deixo o vento soprar
E levar...
Sou filha obediente
tudo levar
tudo o que não tem que ficar
Eu escolho, posso escolher
E escolho deixar
Sempre o amor prevalecer
Quanto ao resto
Deixo o vento soprar
E levar...
Sou filha obediente
Palavras de breve saudade
Procuro as palavras
Que poderia escrever
Para guardar
o momento
O instante
Do extraordinário
Em meio ao normal
Dos dias que se vão
e se repetem
Iguais
Espero
Continuo esperando
E te vendo
como reflexo
No espelho
Seus olhos
Refletidos na memória
Passam como
um retrato
Paralisados
O toque
A lembrança
Se transformam
em ausência
Vazio
De eternizado
E guardado
Cada momento é
como um tempo
Petrificado
02/12
Que poderia escrever
Para guardar
o momento
O instante
Do extraordinário
Em meio ao normal
Dos dias que se vão
e se repetem
Iguais
Espero
Continuo esperando
E te vendo
como reflexo
No espelho
Seus olhos
Refletidos na memória
Passam como
um retrato
Paralisados
O toque
A lembrança
Se transformam
em ausência
Vazio
De eternizado
E guardado
Cada momento é
como um tempo
Petrificado
02/12
domingo, 21 de abril de 2019
Os lençóis...
"Mais um retrato fixo, de um olhar que não estava ali..."
Envolvo, entrelaço a alma nos segredos rompantes
que se estremecem e me implodem.
Quero palavras, as procuro,
busco nos cantos escondidos de dentro dos nós.
Sem sentido para fazer fluir, tento fugir, correr e mesmo amarrada
Busco alívio no existir, no me saber existente talvez?
Eu sangrei, eu sangro.
Deixo a cama, os lençóis brancos cobertos do sangue vermelho
que sai de dentro de mim quente, pelos seus dedos.
A arte precisa me salvar.
A poesia precisa me salvar.
Não consigo me mover, não parei de sangrar.
Quero que a arte responda, trazendo alívio.
Tenho sede das palavras que não posso mais dizer
que ficam vãs pelo caminho, pelo trajeto que precisou ser interrompido.
Vejo do lado de dentro do espelho o reflexo dos lençóis manchados.
Sangro dores antigas, velhas e conhecidas.
Sangue novo em "odres velhos", rasgos novos em lençóis antigos.
Ele é quente, fresco, assusta.
Te assusta e me envergonha...
O menino querer
O querer é um menino que percebe o tempo como uma linha que passa diante dos seus olhos, enquanto vê tudo se esmorecer, se desgastar.
Ele vê o que vê com os seus olhos de menino e com a vida, que o deixa sujo e abandonado, no meio do caminho, angustiado, machucado.
Tentam olhar nos olhos do menino querer e explicar todos os "porque não" que ele precisa entender, e ele não entende... porque ele ainda é... querer.
Ele cansado, tão menino, se mantém sentado, abraça suas pernas, curva sua cabeça e chora. Chora porque não entende, porque é um menino, e é... querer.
Arrasta seus esfolados vivos na areia do caminho, tenta se levantar, andar, se animar, se limpar... mas fica ali, parado, barrado, só sendo... querer.
Ele de novo chora, não entende e não se conforma, o menino querer... mesmo machucado sabe que poderia andar, se ali não o mandassem ficar.
Sabe que conseguiria sair e abraçar... mesmo se seus esfolados encostassem em esfolados outros, dentro de um abraço... porque ele só é... querer.
Ele, porém, fica pelo caminho de novo, sem entender, sem saber, querendo ir mesmo quando pedem para ele ficar.
Ao olhar para a estrada, se senta novamente, abraça suas pernas e espera... "Tudo dói, mas uma hora...", ele diz, "Uma hora eu sei que eu vou... e vai sarar..."
17/04/2019
Ele vê o que vê com os seus olhos de menino e com a vida, que o deixa sujo e abandonado, no meio do caminho, angustiado, machucado.
Tentam olhar nos olhos do menino querer e explicar todos os "porque não" que ele precisa entender, e ele não entende... porque ele ainda é... querer.
Ele cansado, tão menino, se mantém sentado, abraça suas pernas, curva sua cabeça e chora. Chora porque não entende, porque é um menino, e é... querer.
Arrasta seus esfolados vivos na areia do caminho, tenta se levantar, andar, se animar, se limpar... mas fica ali, parado, barrado, só sendo... querer.
Ele de novo chora, não entende e não se conforma, o menino querer... mesmo machucado sabe que poderia andar, se ali não o mandassem ficar.
Sabe que conseguiria sair e abraçar... mesmo se seus esfolados encostassem em esfolados outros, dentro de um abraço... porque ele só é... querer.
Ele, porém, fica pelo caminho de novo, sem entender, sem saber, querendo ir mesmo quando pedem para ele ficar.
Ao olhar para a estrada, se senta novamente, abraça suas pernas e espera... "Tudo dói, mas uma hora...", ele diz, "Uma hora eu sei que eu vou... e vai sarar..."
17/04/2019
sexta-feira, 1 de março de 2019
O querer oco
É isso que fica parado aqui
E não me dá alívio.
Me deixa feio, inquieto, carente.
Sufoca.
Olho para os lados e nada vejo
É denso.
Pego com a mão e não solto
Não consigo deixar ir, esquecer.
Não há água que lave
Chuva que leve.
Tudo já mudou tanto
Não te vejo mais
Nem de longe, nem de perto
Só vejo aqui essa agonia
O vazio.
O querer oco.
E não me dá alívio.
Me deixa feio, inquieto, carente.
Sufoca.
Olho para os lados e nada vejo
É denso.
Pego com a mão e não solto
Não consigo deixar ir, esquecer.
Não há água que lave
Chuva que leve.
Tudo já mudou tanto
Não te vejo mais
Nem de longe, nem de perto
Só vejo aqui essa agonia
O vazio.
O querer oco.
Carta um...
Quando olho pra você me transporto. Saio do meu mundo, do mundo real, de onde eu estou. Dos meus problemas, dificuldades e lutas diárias de uma vida tão árdua.
Quando te olho, estou olhando para onde quero chegar, o colo que quero ganhar, o abraço... que acabo não ganhando, não tendo, não alcançando...
Olhar para você é olhar para um símbolo de que tudo pode ser melhor do que um dia já foi pra mim, de que posso realizar.
Não sei de onde tirei tanta força pra sonhar, mas se não fosse essa doce fantasia de alguma coisa que não aconteceu, talvez não teria forças para encarar este mundo tão contundentemente frio e cruel.
Quando sonho contigo, me transporto, e ainda que doa sonhar assim, com algo que eu não posso ter, quando vislumbro a possibilidade, já me sinto grata.
Grata e triste ao mesmo tempo, por olhar para todos os lados e não ver você em lugar nenhum, a não ser em mim.
Quando consegui olhar para mim de novo e me enxergar inteira na vida, só havia você lá dentro.
O que deu sentido para o recomeço de tudo depois que tudo se foi. Foi a minha fuga e certeza de que tudo pode ficar bem.
Foi a possibilidade de eu mostrar pro universo a coragem e capacidade de amar que eu tenho, que permaneceram aqui, intactas mesmo com toda a vida que tive...
Não consigo fazer com que meus pensamentos te deixem, porque aí penso que estaria desistindo de mim de novo... desistindo de sonhar de novo...
Eu sei que para você eu não valho tanto o risco, mas fugir pro amor que trouxe sentido, ainda que não possa tê-lo aqui, é o que faz as poesias surgirem.
Você se tornou o meu querer e a poesia que surge. Transformo todos os sonhos em letras, pra poder pelo menos te ler, te tocar no papel.
As escassas lembranças já se dissiparam no meio de tantas outras, deixando o parco momento, de tão pouca entrega sua, como mais um lapso no tempo de algo muito menos real do que as letras que saem dos meus sonhos...
Vou te vivendo conforme posso, com tudo o que tenho, com o que é entregue pra mim em vida. Mesmo olhando para o nada do lado da cama, imaginando seu olhar e sorriso ali, é dessa imaginação e da lembrança do som da sua risada que respiro e sinto o ar me encher...
Vai passar, o tempo vai passar e mudar, reconfigurar tudo isso de novo, eu sei que mereço mais... mas andei até aqui assim, são com essas impressões que sigo...
Sempre grata...
Quando te olho, estou olhando para onde quero chegar, o colo que quero ganhar, o abraço... que acabo não ganhando, não tendo, não alcançando...
Olhar para você é olhar para um símbolo de que tudo pode ser melhor do que um dia já foi pra mim, de que posso realizar.
Não sei de onde tirei tanta força pra sonhar, mas se não fosse essa doce fantasia de alguma coisa que não aconteceu, talvez não teria forças para encarar este mundo tão contundentemente frio e cruel.
Quando sonho contigo, me transporto, e ainda que doa sonhar assim, com algo que eu não posso ter, quando vislumbro a possibilidade, já me sinto grata.
Grata e triste ao mesmo tempo, por olhar para todos os lados e não ver você em lugar nenhum, a não ser em mim.
Quando consegui olhar para mim de novo e me enxergar inteira na vida, só havia você lá dentro.
O que deu sentido para o recomeço de tudo depois que tudo se foi. Foi a minha fuga e certeza de que tudo pode ficar bem.
Foi a possibilidade de eu mostrar pro universo a coragem e capacidade de amar que eu tenho, que permaneceram aqui, intactas mesmo com toda a vida que tive...
Não consigo fazer com que meus pensamentos te deixem, porque aí penso que estaria desistindo de mim de novo... desistindo de sonhar de novo...
Eu sei que para você eu não valho tanto o risco, mas fugir pro amor que trouxe sentido, ainda que não possa tê-lo aqui, é o que faz as poesias surgirem.
Você se tornou o meu querer e a poesia que surge. Transformo todos os sonhos em letras, pra poder pelo menos te ler, te tocar no papel.
As escassas lembranças já se dissiparam no meio de tantas outras, deixando o parco momento, de tão pouca entrega sua, como mais um lapso no tempo de algo muito menos real do que as letras que saem dos meus sonhos...
Vou te vivendo conforme posso, com tudo o que tenho, com o que é entregue pra mim em vida. Mesmo olhando para o nada do lado da cama, imaginando seu olhar e sorriso ali, é dessa imaginação e da lembrança do som da sua risada que respiro e sinto o ar me encher...
Vai passar, o tempo vai passar e mudar, reconfigurar tudo isso de novo, eu sei que mereço mais... mas andei até aqui assim, são com essas impressões que sigo...
Sempre grata...
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
O endereço da loucura
Minha loucura tem nome, endereço, ainda que desconhecido para mim...
Não sei onde mora quem me revira os pensamentos e me faz perder o sono. Por si só, por ser e por existir. Aqui. Na minha mente. Nos meus medos e temores. No meu olhar para o vazio à procura de respostas. Respostas de perguntas que mudaram ao longo dos tempos. Dos anos.
Cada parte de nós, louca, que se permite se ver, traz uma razão para se perder, latente ou não, visível ou não. O corpo que queima no escuro das madrugadas longas, vazias do cheiro e do toque, ausentes do que se quer ser tocado, experimentado, gozado, me leva para um dia que se prolonga intenso, dias inteiros em segundos, ausentes, sufocantes e insossos.
Deveria pensar em outra coisa, querer diferente, abrir mão do querer, me soltar da ausência que grita. Deveria. Até faria se me desse o sentido, se reencontrasse o caminho do retorno e de dissolução como pó do desejo que dói.
"Seja feliz!". Sou. Ao me saber, ao me aceitar. Me reviro e luto com os grandes fantasmas, vencendo-os dia após dia, só para deixar tudo exatamente como está.
"Só faz sentido o que é sentido", li por aí em algum lugar...
16/01/19
Não sei onde mora quem me revira os pensamentos e me faz perder o sono. Por si só, por ser e por existir. Aqui. Na minha mente. Nos meus medos e temores. No meu olhar para o vazio à procura de respostas. Respostas de perguntas que mudaram ao longo dos tempos. Dos anos.
Cada parte de nós, louca, que se permite se ver, traz uma razão para se perder, latente ou não, visível ou não. O corpo que queima no escuro das madrugadas longas, vazias do cheiro e do toque, ausentes do que se quer ser tocado, experimentado, gozado, me leva para um dia que se prolonga intenso, dias inteiros em segundos, ausentes, sufocantes e insossos.
Deveria pensar em outra coisa, querer diferente, abrir mão do querer, me soltar da ausência que grita. Deveria. Até faria se me desse o sentido, se reencontrasse o caminho do retorno e de dissolução como pó do desejo que dói.
"Seja feliz!". Sou. Ao me saber, ao me aceitar. Me reviro e luto com os grandes fantasmas, vencendo-os dia após dia, só para deixar tudo exatamente como está.
"Só faz sentido o que é sentido", li por aí em algum lugar...
16/01/19
domingo, 27 de janeiro de 2019
Um canto
Um canto
Papel e caneta
E eu aqui
Te transformando em poesia
Tornando em vida a verdade
Da mentira que não quero enxergar.
Porque o real é o que está aqui
No papel.
Real é o que eu te torno
A cada dia que não te vejo.
Real sou eu que te crio
Aqui, no meu conto.
No canto.
Aqui no canto da alma
Que te busca e te acha.
Que te vê de longe.
E te lembra perto.
Lembra dentro.
Lembra vendo.
Ouvindo e tocando
Ali, no canto
Da memória que te chama
Te liga, te conecta
E não te traz
Que te faz e refaz
Que não se despede
E não vai.
E aqui eu canto
No meu canto, no meu conto
O desencanto
O desencontro.
Conto do tempo, do decidir
Das estações
E das perguntas que mudam
Depois das respostas prontas.
A verdade é que choro
Todo dia ao te ver
Em qualquer canto
Da mentira real que te torno.
Choro por causa do vazio
Ao olhar para todos os lados
E de verdade não te ver.
Porque a poesia
E o conto no papel
Na real mesmo
Sei que não são você...
18/01/19
Papel e caneta
E eu aqui
Te transformando em poesia
Tornando em vida a verdade
Da mentira que não quero enxergar.
Porque o real é o que está aqui
No papel.
Real é o que eu te torno
A cada dia que não te vejo.
Real sou eu que te crio
Aqui, no meu conto.
No canto.
Aqui no canto da alma
Que te busca e te acha.
Que te vê de longe.
E te lembra perto.
Lembra dentro.
Lembra vendo.
Ouvindo e tocando
Ali, no canto
Da memória que te chama
Te liga, te conecta
E não te traz
Que te faz e refaz
Que não se despede
E não vai.
E aqui eu canto
No meu canto, no meu conto
O desencanto
O desencontro.
Conto do tempo, do decidir
Das estações
E das perguntas que mudam
Depois das respostas prontas.
A verdade é que choro
Todo dia ao te ver
Em qualquer canto
Da mentira real que te torno.
Choro por causa do vazio
Ao olhar para todos os lados
E de verdade não te ver.
Porque a poesia
E o conto no papel
Na real mesmo
Sei que não são você...
18/01/19
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
Quando as perguntas mudam
Só preenche o vazio
o que traz resposta...
O fim só é fim
quando as perguntas mudam...
Eu não sei o caminho
para esquecer você
Me lembro dessa loucura
e já queimo por dentro
Presa, numa teia onde
não posso te ver
Te tocar é o que mais quero
e não consigo
Minha mente barulhenta
cria o que não lembra
Te recria, te refaz
incessantemente aqui
Me confunde com memórias
e esparsos sons reais
Não te vê, te imagina chegar,
não mais ir
O sorriso vago, a voz ausente
se reconfiguram
na saudade presente,
quente
Mil dias em um
Um ano em segundos
O tempo me esmaga
Devagar...
O cheiro doce na vaga lembrança
A loucura que me tira do prumo
A crueza do tempo
que me faz parar...
o que traz resposta...
O fim só é fim
quando as perguntas mudam...
Eu não sei o caminho
para esquecer você
Me lembro dessa loucura
e já queimo por dentro
Presa, numa teia onde
não posso te ver
Te tocar é o que mais quero
e não consigo
Minha mente barulhenta
cria o que não lembra
Te recria, te refaz
incessantemente aqui
Me confunde com memórias
e esparsos sons reais
Não te vê, te imagina chegar,
não mais ir
O sorriso vago, a voz ausente
se reconfiguram
na saudade presente,
quente
Mil dias em um
Um ano em segundos
O tempo me esmaga
Devagar...
O cheiro doce na vaga lembrança
A loucura que me tira do prumo
A crueza do tempo
que me faz parar...
O instante amor
O amor cura tudo
Cura a própria dor do desamor
Só amando sei que a saudade
Se transforma em gratidão
Só por amar sei que os momentos
Se vão em paz, sem espera
Só por saber que por um breve instante
Amei e vivi
Sei o que deve permanecer
E o que devo deixar ir
Só por entender o fogo egoísta da paixão
Como sinal de amor perene
Não espero nada em troca
Mesmo com o vazio visível
O amor reconfigura
Torna grato o coração
Cura a paixão
Enxerga tudo com alegria
Traz paz, conforto
Consolo e resposta
Faz ir embora toda confusão
Não sinta vergonha
De mesmo por um breve momento
Ter amado tão intensamente
Que parece não ter havido força nenhuma
Capaz de te resgatar
Confia no universo
Que tudo conserta
E tudo entende quando a linguagem é o amor
Que tudo reconfigura
E responde conforme o amor que a gente manda
Mesmo que tenha sido um breve momento
E que as pessoas tenham tanto nome para ele
Se você sabe e enxerga como amor
Deixa que ele te cure...
Cura a própria dor do desamor
Só amando sei que a saudade
Se transforma em gratidão
Só por amar sei que os momentos
Se vão em paz, sem espera
Só por saber que por um breve instante
Amei e vivi
Sei o que deve permanecer
E o que devo deixar ir
Só por entender o fogo egoísta da paixão
Como sinal de amor perene
Não espero nada em troca
Mesmo com o vazio visível
O amor reconfigura
Torna grato o coração
Cura a paixão
Enxerga tudo com alegria
Traz paz, conforto
Consolo e resposta
Faz ir embora toda confusão
Não sinta vergonha
De mesmo por um breve momento
Ter amado tão intensamente
Que parece não ter havido força nenhuma
Capaz de te resgatar
Confia no universo
Que tudo conserta
E tudo entende quando a linguagem é o amor
Que tudo reconfigura
E responde conforme o amor que a gente manda
Mesmo que tenha sido um breve momento
E que as pessoas tenham tanto nome para ele
Se você sabe e enxerga como amor
Deixa que ele te cure...
Um diálogo em 2002
Um dia, logo após deixar a Tati em casa, passando ali perto do Colégio Manoel Vila Verde, talvez vínhamos de uma das incontáveis baladas na saudosa Frei Caneco, dentro do famoso corsinha roxo, que carregava no mínimo umas 14 ou 9 pessoas nos finais de semana, começa a tocar no rádio a música "Porto Solidão" do Jessé, interpretada na ocasião pelo cantor Daniel.
- Aaaamo essa música, escuta...
- Nossa, tia, linda mesmo.
- Eu vou te pedir pra me prometer uma coisa (disse, no tom leve que costumava dizer qualquer coisa, sobre qualquer assunto): quando eu morrer, eu quero que essa música toque no anúncio do carro de som que vai anunciar meu velório na rua. Você me promete que vai falar pro pessoal colocar ela?
- Ih, larga mão desses assunto besta, tia. Isso é coisa de pedir pra gente prometer?
- Né besta não menina, só que eu acho ela linda demaaaais, promete?
- Ai tia, para, não vou prometer isso não...
- Promete sim, porque se não tocar, eu vou voltar da espiritualidade e vou te cobrar.
- Tá, daqui a uns 80 anos a gente conversa de novo sobre isso.
- Tá, pode ser, mas promete agora...
- Tá bom, prometo então se é pra mudar de assunto.
- Ah! Essa música é do Jessé, então tem que ser na versão dele, não esquece...
- Aff, tá bom tia, trem besta...
Ainda faltava muito pra completar os 80 anos pra falar nisso de novo...
😔💔🖤
- Aaaamo essa música, escuta...
- Nossa, tia, linda mesmo.
- Eu vou te pedir pra me prometer uma coisa (disse, no tom leve que costumava dizer qualquer coisa, sobre qualquer assunto): quando eu morrer, eu quero que essa música toque no anúncio do carro de som que vai anunciar meu velório na rua. Você me promete que vai falar pro pessoal colocar ela?
- Ih, larga mão desses assunto besta, tia. Isso é coisa de pedir pra gente prometer?
- Né besta não menina, só que eu acho ela linda demaaaais, promete?
- Ai tia, para, não vou prometer isso não...
- Promete sim, porque se não tocar, eu vou voltar da espiritualidade e vou te cobrar.
- Tá, daqui a uns 80 anos a gente conversa de novo sobre isso.
- Tá, pode ser, mas promete agora...
- Tá bom, prometo então se é pra mudar de assunto.
- Ah! Essa música é do Jessé, então tem que ser na versão dele, não esquece...
- Aff, tá bom tia, trem besta...
Ainda faltava muito pra completar os 80 anos pra falar nisso de novo...
😔💔🖤
Aleatórios (ou não)
I
Eu recebi o fio d'água de um vazamento e estourei o cano para ver a enxurrada. Eu vi a rachadura e meti os pés no muro para derrubá-lo. Me jogaram uma isca e eu pulei para cima do barco para devorá-lo com pescador e tudo...
II
Eu olho para os meus braços, não consigo nem erguê-los para entregar o que preciso...
III
Que ainda surja muita arte nesse reconhecimento de tudo torto que você é. Que essa instabilidade momentânea se consolide no caminho verdadeiro, que devia ter sido percorrido desde o início...
IV
Parada, de frente pro papel, procurando pela obsessão que não grita mais. A dor que não há mais. O abraço que não foi dado é só uma construção triste na memória. Que pode ser desconstruída e refeita. Que nem os caminhos. Retrilhados e reenfeitados com flores, com perfumes de paz e perdão. O vazio que fica é preenchido de luz. Luz da esperança que fortalece a fé que faz ser dia de novo. Depois da noite escura do desamor, do desassossego...
V
Desaprendi o caminho do engano, e quando me emociono ao me lembrar de vê-lo naquele corredor, sei bem do que digo. A emoção traduz as esperanças em uma concretitude de um sonho real.
Eu me emocionei porque ele existe. Me emocionei porque vi de perto e pude tocar em um sonho construído. É isso que a minha essência livre me diz. Ela me reconfigura a todo tempo, para me tornar quem sou, e me mostrar que posso tocar a realidade dos meus sonhos mais profundos...
Eu recebi o fio d'água de um vazamento e estourei o cano para ver a enxurrada. Eu vi a rachadura e meti os pés no muro para derrubá-lo. Me jogaram uma isca e eu pulei para cima do barco para devorá-lo com pescador e tudo...
II
Eu olho para os meus braços, não consigo nem erguê-los para entregar o que preciso...
III
Que ainda surja muita arte nesse reconhecimento de tudo torto que você é. Que essa instabilidade momentânea se consolide no caminho verdadeiro, que devia ter sido percorrido desde o início...
IV
Parada, de frente pro papel, procurando pela obsessão que não grita mais. A dor que não há mais. O abraço que não foi dado é só uma construção triste na memória. Que pode ser desconstruída e refeita. Que nem os caminhos. Retrilhados e reenfeitados com flores, com perfumes de paz e perdão. O vazio que fica é preenchido de luz. Luz da esperança que fortalece a fé que faz ser dia de novo. Depois da noite escura do desamor, do desassossego...
V
Desaprendi o caminho do engano, e quando me emociono ao me lembrar de vê-lo naquele corredor, sei bem do que digo. A emoção traduz as esperanças em uma concretitude de um sonho real.
Eu me emocionei porque ele existe. Me emocionei porque vi de perto e pude tocar em um sonho construído. É isso que a minha essência livre me diz. Ela me reconfigura a todo tempo, para me tornar quem sou, e me mostrar que posso tocar a realidade dos meus sonhos mais profundos...
Do que quero sempre me lembrar...
Quero sempre me lembrar
dessa sensação deslocada
de não ver nada,
quando o que eu mais queria era só ver...
Quero perceber cada porção
de sensações que este vazio me traz
para que eu nunca mais
busque algo assim pra mim.
Quero olhar para cada pedaço
no chão de mim
e perceber a coragem que tive
de desconstruir tudo que me tornei
para, enfim, me reencontrar.
Quero me lembrar sim,
de cada pedaço de sonho despedaçado
que construí
e com a identificação que encontrei
em cada sonho que busco...
e que eu sei,
respeito,
honro e valorizo em mim
tudo que vi nele...
Quero me lembrar
dessa curiosidade sensível
de querer enxergar de verdade
além do que eu quis mostrar.
Quero sempre me lembrar
que o meu coração errou
a vida toda no tempo
nos amores
mas quando cruzou o olhar
pela primeira vez
ali ele não errou...
dessa sensação deslocada
de não ver nada,
quando o que eu mais queria era só ver...
Quero perceber cada porção
de sensações que este vazio me traz
para que eu nunca mais
busque algo assim pra mim.
Quero olhar para cada pedaço
no chão de mim
e perceber a coragem que tive
de desconstruir tudo que me tornei
para, enfim, me reencontrar.
Quero me lembrar sim,
de cada pedaço de sonho despedaçado
que construí
e com a identificação que encontrei
em cada sonho que busco...
e que eu sei,
respeito,
honro e valorizo em mim
tudo que vi nele...
Quero me lembrar
dessa curiosidade sensível
de querer enxergar de verdade
além do que eu quis mostrar.
Quero sempre me lembrar
que o meu coração errou
a vida toda no tempo
nos amores
mas quando cruzou o olhar
pela primeira vez
ali ele não errou...
Os grilos e as estrelas
É legal perceber, parar para ouvir o fundo musical do silêncio! Nunca é silêncio absoluto, sempre há um som... Eu, quando criança, acreditava que os barulhos dos grilos à noite eram os sons que as estrelas faziam. Enquanto houvesse estrelas no céu, nunca haveria silêncio...
O escuro que fala...
As poesias meio que sumiram ultimamente...
Enquanto isso escrevo. Vomito as palavras em silêncio, numa consciência plena de que sou capaz de qualquer coisa... sem filtro...
Escrevo para ver as dores passarem e irem, diante dos meus olhos crédulos, lúcidos. Rabisco o papel não para formar sentido ou falar a alguém, mas para dizer a mim mesma sobre a vida que sou e de todas as partículas que me formam consciente, ainda que no escuro...
Nos dias em que não conseguimos ver beleza, ainda há beleza na nossa ausência de ser...
Quando não há luz suficiente para esclarecer, deixo que o escuro fale, deixo a sensação oca dizer, mesmo com a chama fraca, na penumbra...
Daí o abraço que se vai, o som das respostas mecânicas impressas na memória, o desconforto das sensações invadidas e remexidas se tornam mais um enfeite da alma, que precisa ser esquecido, deixado no canto, guardado...
Daqui a pouco sol entra...
Enquanto isso escrevo. Vomito as palavras em silêncio, numa consciência plena de que sou capaz de qualquer coisa... sem filtro...
Escrevo para ver as dores passarem e irem, diante dos meus olhos crédulos, lúcidos. Rabisco o papel não para formar sentido ou falar a alguém, mas para dizer a mim mesma sobre a vida que sou e de todas as partículas que me formam consciente, ainda que no escuro...
Nos dias em que não conseguimos ver beleza, ainda há beleza na nossa ausência de ser...
Quando não há luz suficiente para esclarecer, deixo que o escuro fale, deixo a sensação oca dizer, mesmo com a chama fraca, na penumbra...
Daí o abraço que se vai, o som das respostas mecânicas impressas na memória, o desconforto das sensações invadidas e remexidas se tornam mais um enfeite da alma, que precisa ser esquecido, deixado no canto, guardado...
Daqui a pouco sol entra...
Para ela, ainda em vida...
Já vivi amores longos que no fim não foram amor de verdade, mas já vivi também tão repentinos, que se eternizaram e deixaram marcas tão profundas que não posso dizer que são senão amor de verdade...
Certa vez ouvi alguém dizer que a gente só pode dizer que viveu uma história de amor se houve trilha sonora, se houve aquela ou aquelas músicas que nos fazem lembrar da história, de tudo que foi vivido. Desde então são estes os parâmetros que uso pra classificar o que é/foi de verdade na minha vida... as canções que me fazem lembrar dos meus amores...
E um dos grandes amores da minha vida é a minha tia. A gente sabe o tanto que ama alguém ao longo da vida, mas são em momentos em que a fragilidade de ser nos mostra que não temos poder ou controle sobre a força das coisas e dos tempos que se impõem, na iminência da perda, é que a gente percebe o quanto temos das nossas referências nas nossas vidas. E eu sei o quanto levo aqui dela, o quanto eu quero ser cada vez mais parecida com ela...
O sentimento é de gratidão, por ter o amor dela na minha vida, pelo amor dela ter me tornado parte do que sou...
Ela segue, ainda lutando, esta é uma homenagem em vida, em amor... e como grande amor da vida que ela é, não há só uma música, tem uma playlist inteira de canções, cada uma com a sua história e com lembranças de momentos bons vividos com ela... meus e de muita gente que a ama... ❤️❤️
03/12/2018
Certa vez ouvi alguém dizer que a gente só pode dizer que viveu uma história de amor se houve trilha sonora, se houve aquela ou aquelas músicas que nos fazem lembrar da história, de tudo que foi vivido. Desde então são estes os parâmetros que uso pra classificar o que é/foi de verdade na minha vida... as canções que me fazem lembrar dos meus amores...
E um dos grandes amores da minha vida é a minha tia. A gente sabe o tanto que ama alguém ao longo da vida, mas são em momentos em que a fragilidade de ser nos mostra que não temos poder ou controle sobre a força das coisas e dos tempos que se impõem, na iminência da perda, é que a gente percebe o quanto temos das nossas referências nas nossas vidas. E eu sei o quanto levo aqui dela, o quanto eu quero ser cada vez mais parecida com ela...
O sentimento é de gratidão, por ter o amor dela na minha vida, pelo amor dela ter me tornado parte do que sou...
Ela segue, ainda lutando, esta é uma homenagem em vida, em amor... e como grande amor da vida que ela é, não há só uma música, tem uma playlist inteira de canções, cada uma com a sua história e com lembranças de momentos bons vividos com ela... meus e de muita gente que a ama... ❤️❤️
03/12/2018
A realidade
... porque na verdade, mesmo que algo tenha nos feito tão mal, por um tempo deixa a saudade do que a gente queria que tivesse sido bom... fica a saudade do que a gente criou com as nossas doces fantasias... mas ela passa, a realidade deve ser muito melhor e mais linda...
08/11/18
08/11/18
Estrada de recomeço
Estrada de recomeço, a mão não cansa. A vida cansada, as palavras não se esgotam. Letras, silêncios, sons e aconchegos. Respostas. Caminho. Andar em paz. No novo. Tudo de novo. Recomeço. Pontos finais. Abre parágrafo. Letras. Mais letras. Chão machucado. Planta ferida. Terra remexida que sangra silenciosa. Curiosidade. Medo. Silêncio. Ausência. Mais silêncio. Desconfortos. Desassossegos. Solidão. Solitude. Caminhante. Mãos. Olhar. Sorriso. Olhar que sorri. Bloqueio. Estratégia. Jogo. Não. Regras. Palavras. Síntese. Emoji. Mais silêncio. Suspiro. Abraço. Mais palavras. Quero escrever até tudo mudar. Até encontrar alívio e paz. Quero escrever para profetizar e trazer para a vida o que já está pronto. As mãos não cansam. O vazio não cessa. A saudade não sara. A ausência dói. Não existe voz. Não existe abraço virtual. Hoje eu só quero um abraço...
do Padre Fábio, mas que podia ser eu...
"... Hoje quero lhe confessar meu egoísmo.
Quem sabe assim eu possa
ainda que por um instante amar você de verdade.
Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais,
se meu querer bem é inoportuno e em hora errada.
É que hoje eu quero lhe confessar meu desatino,
meu segredo desconcertante:
Ao dizer que sinto falta de você
Eu sinto falta é de mim mesmo."
Quem sabe assim eu possa
ainda que por um instante amar você de verdade.
Perdoe-me se meu amor chegou tarde demais,
se meu querer bem é inoportuno e em hora errada.
É que hoje eu quero lhe confessar meu desatino,
meu segredo desconcertante:
Ao dizer que sinto falta de você
Eu sinto falta é de mim mesmo."
O antigo fantasma
Aquele fantasma de novo
Me colocou no centro de espelhos blindados
Isolada, observada.
Enquanto gemia, ele de longe me via
Me assistia.
Enquanto sangrava, em pedaços estava
Não me acolhia.
Ali, exposta, perdida, em dor
Sem abraço, sem calor.
Gritando, sem resposta
Sem ouvir, sem ser ouvida.
De dentro do espelho
A frieza do olhar de quem me deixava ali.
Mais uma vez.
O espelho não se rompeu.
O calor não foi suficiente
Para aquecer, para derrubar
Para estilhaçar a blindagem.
Foi sim, suficiente
Para plantar na minha memória
Mais um retrato fixo
De um olhar que não estava ali...
21/11/2018
Me colocou no centro de espelhos blindados
Isolada, observada.
Enquanto gemia, ele de longe me via
Me assistia.
Enquanto sangrava, em pedaços estava
Não me acolhia.
Ali, exposta, perdida, em dor
Sem abraço, sem calor.
Gritando, sem resposta
Sem ouvir, sem ser ouvida.
De dentro do espelho
A frieza do olhar de quem me deixava ali.
Mais uma vez.
O espelho não se rompeu.
O calor não foi suficiente
Para aquecer, para derrubar
Para estilhaçar a blindagem.
Foi sim, suficiente
Para plantar na minha memória
Mais um retrato fixo
De um olhar que não estava ali...
21/11/2018
Sobre a escrita, de Natalie Goldberg
"Sei que este trabalho que faço com meu cérebro, tão cansado e teimoso, é o máximo de profundidade que conseguirei nesta vida. Não é a alegria ou o êxtase que às vezes sinto ou os lampejos momentâneos de iluminação, mas sim o contato com a essência da minha vida cotidiana, essa permanência e essa insistência em escrever que abrem, de maneira tão profunda, meu coração para uma ternura e uma doçura comigo mesma e, a partir daí, para uma compaixão reluzente por tudo à minha volta. Não somente a mesa e a Coca-Cola diante de mim, ou o canudinho, o ar-condicionado, os homens atravessando a rua neste dia de julho em Norfolk, Nebraska, enquanto o relógio digital do banco pisca 4h03, ou a amiga que escreve à minha frente, mas as lembranças serpenteantes e os desejos profundos de nossa mente, o sofrimento que enfrentamos todos os dias. E tudo isso brota de mim naturalmente, enquanto movimento a caneta pelo papel e vou quebrando a casca dura e concreta da minha mente e das limitações que eu mesma me imponho.Portanto, ser escritor é algo muito profundo. É a coisa mais profunda que conheço. E creio que esse é o único caminho que poderei seguir pelo resto da vida. Preciso me lembrar disso hoje e sempre."
Natalie Goldberg, Escrevendo com a alma
Natalie Goldberg, Escrevendo com a alma
Silencioso sentido
O que consegue formar um sentido para mim, entrego…
Sobre o que ainda não consigo entender, me aquieto, espero...
Como a areia precisa da quietude da água para se assentar no fundo do mar
Ou no fundo do copo, espero
Quieta por fora, gritando, porém, por dentro...
Sobre o que ainda não consigo entender, me aquieto, espero...
Como a areia precisa da quietude da água para se assentar no fundo do mar
Ou no fundo do copo, espero
Quieta por fora, gritando, porém, por dentro...
Doces percalços...
Se a vida está tentando me ensinar a ser mais dura, não está dando certo, pois a cada golpe que levo me torno mais sensível, inteira e presente em tudo que sou e faço, por mais que doa muito mais viver assim. Aprendi que só desta forma posso ser livre e, de fato, feliz. Quanto maior a superação, mais intenso se torna o brilho no olhar. Eu escolho sempre optar pela doçura ao invés da dureza… é questão de essência…
O poeta
O poeta é o olho que enxerga além, que vê o que ninguém vê, ou o que ninguém quer mostrar. O poeta lê olhares, ouve sons onde outros veem mudez…
Sente, sente muito… sente principalmente por ver tanta gente enclausurada, presa em seus medos de ver e de ser quem se é…
É uma sensibilidade munida de tanta compaixão pelo ser preso, confortável nas suas certezas, que se pudesse, ele arrancaria as pessoas da sua zona de conforto à força, só para elas entenderem o quanto a vida fora de lá é mais rica, colorida e bonita. Mas ele não faz isso. Poeta não faz nada à força, nada forçado. A vida flui, a poesia flui, ele é só canal por onde a beleza da fluidez passa.
O poeta registra exatamente cada olhar que o inspira, cada suspiro que o alimenta, cada abraço que recebe. Se você acha que se deu pouco a um poeta, está enganado. O seu pouco já deve ter se tornado um livro de poesias ou um memorial completo, com cada lapso de memória vivida devidamente registrada e catalogada.
Ele não se importa de ficar horas e horas com a caneta na mão se angustiando na espera do nascimento de mais uma obra sua. Observa os tempos e as estações para entender o que vai acontecer na sua vida, e na poesia que vai surgir de tudo isso.
O poeta não se importa também de passar um caderno inteiro manuscrito na picotadora, caso haja tanta dor ali que ele não consiga suportar. Se ele fosse pintor, não se importaria de rasgar a tela caso não gostasse do que visse…
Eu acho que a saudade do poeta é uma saudade diferente… Aliás, o poeta é alguém sempre saudoso, mesmo de um momento que ele acabou de viver. A saudade o move, o movimenta e o faz viver cada momento como se fosse o último.
Existe eternidade em cada momento em que o poeta é inteiro. E o que é eterno não se desfaz por força de tempo nenhum… suas dores, o espaço entre elas é o tempo de vasta colheita para ele…
Tempo é uma coisa que poeta não conta. É uma medida, uma variável que não existe para ele. Coisas que perduram por vários anos temporais podem representar menos do que um minuto de eternidade.
E por mais que o poeta escreva sobre dores que não são suas, ele não as terceiriza, pelo contrário, as vive intensamente para poder entregá-la como a dor do outro… Ele vive, e como canal que é, deixa ir… porque no fim tudo vira poesia...
Sente, sente muito… sente principalmente por ver tanta gente enclausurada, presa em seus medos de ver e de ser quem se é…
É uma sensibilidade munida de tanta compaixão pelo ser preso, confortável nas suas certezas, que se pudesse, ele arrancaria as pessoas da sua zona de conforto à força, só para elas entenderem o quanto a vida fora de lá é mais rica, colorida e bonita. Mas ele não faz isso. Poeta não faz nada à força, nada forçado. A vida flui, a poesia flui, ele é só canal por onde a beleza da fluidez passa.
O poeta registra exatamente cada olhar que o inspira, cada suspiro que o alimenta, cada abraço que recebe. Se você acha que se deu pouco a um poeta, está enganado. O seu pouco já deve ter se tornado um livro de poesias ou um memorial completo, com cada lapso de memória vivida devidamente registrada e catalogada.
Ele não se importa de ficar horas e horas com a caneta na mão se angustiando na espera do nascimento de mais uma obra sua. Observa os tempos e as estações para entender o que vai acontecer na sua vida, e na poesia que vai surgir de tudo isso.
O poeta não se importa também de passar um caderno inteiro manuscrito na picotadora, caso haja tanta dor ali que ele não consiga suportar. Se ele fosse pintor, não se importaria de rasgar a tela caso não gostasse do que visse…
Eu acho que a saudade do poeta é uma saudade diferente… Aliás, o poeta é alguém sempre saudoso, mesmo de um momento que ele acabou de viver. A saudade o move, o movimenta e o faz viver cada momento como se fosse o último.
Existe eternidade em cada momento em que o poeta é inteiro. E o que é eterno não se desfaz por força de tempo nenhum… suas dores, o espaço entre elas é o tempo de vasta colheita para ele…
Tempo é uma coisa que poeta não conta. É uma medida, uma variável que não existe para ele. Coisas que perduram por vários anos temporais podem representar menos do que um minuto de eternidade.
E por mais que o poeta escreva sobre dores que não são suas, ele não as terceiriza, pelo contrário, as vive intensamente para poder entregá-la como a dor do outro… Ele vive, e como canal que é, deixa ir… porque no fim tudo vira poesia...
Não era tudo isso...
Vivi o que já estava ali
Plantado pra eu viver
E assim como canal que sou, deixo ir
Me calo, me recupero e me guardo...
Grata por ser
Por querer, por ver
Por ter tido a coragem de viver
De ter dado a cara pra bater...
Entrego tudo com cuidado
Com o que a memória vai trazer
O que eu escolho lembrar
O que eu escolho esquecer...
E na banalidade
Do que não houve pra se dizer
Fico com a resposta
Que era evidente de se ver...
Que no início o fim foi visto
Que no nada o tudo foi vivido
Que no fim não era tudo isso...
Aline Antoneli
08/10/18 21:30
Plantado pra eu viver
E assim como canal que sou, deixo ir
Me calo, me recupero e me guardo...
Grata por ser
Por querer, por ver
Por ter tido a coragem de viver
De ter dado a cara pra bater...
Entrego tudo com cuidado
Com o que a memória vai trazer
O que eu escolho lembrar
O que eu escolho esquecer...
E na banalidade
Do que não houve pra se dizer
Fico com a resposta
Que era evidente de se ver...
Que no início o fim foi visto
Que no nada o tudo foi vivido
Que no fim não era tudo isso...
Aline Antoneli
08/10/18 21:30
O que nasce do (nosso) caos
Preciso de você pra gerar o caos aqui
Pra desorganizar tudo
Pra bagunçar tudo
Pra me deixar em dúvida com relação ao que sou...
Preciso de você porque preciso dessa bagunça
Preciso dela pra poesia surgir
Preciso pisar na gelatina, dançar nela
Me afundar na areia
Ir junto pra água com o castelo...
Preciso ficar descabelada, confusa
Em erupção, borbulhando
Me perdendo, me achando
Me confundindo, me reconectando...
Preciso ter dúvidas, não ter respostas
Preciso, porém, perguntar
E que nada fique no lugar
Que nada venha me prender, ou me cercar...
Que chegue sem ter que ficar
Que vá sem ter que partir
Porque se disso tudo a arte fluir
A essência se despir
Já valeu a pena...
Aline Antoneli
04/10/18 - 15:27, ouvindo Five Years e Moonage Daydream, David Bowie
Pra desorganizar tudo
Pra bagunçar tudo
Pra me deixar em dúvida com relação ao que sou...
Preciso de você porque preciso dessa bagunça
Preciso dela pra poesia surgir
Preciso pisar na gelatina, dançar nela
Me afundar na areia
Ir junto pra água com o castelo...
Preciso ficar descabelada, confusa
Em erupção, borbulhando
Me perdendo, me achando
Me confundindo, me reconectando...
Preciso ter dúvidas, não ter respostas
Preciso, porém, perguntar
E que nada fique no lugar
Que nada venha me prender, ou me cercar...
Que chegue sem ter que ficar
Que vá sem ter que partir
Porque se disso tudo a arte fluir
A essência se despir
Já valeu a pena...
Aline Antoneli
04/10/18 - 15:27, ouvindo Five Years e Moonage Daydream, David Bowie
Onde posso decidir
Onde posso decidir, decido perdoar
Decido amar, retrilhar meu caminho em paz
Olhar com honestidade, abrir portas
Construir pontes, derrubar muros
Decido continuar, decido andar
Deixar virem lágrimas quando estas quiserem
Ficar quietinha no meu canto quando sei que preciso
Decido abraçar, sorrir e continuar em paz
Onde me cabe decidir,
Onde sou eu que determino
Decido não forçar nada de fora para dentro...
Decido dar passos mais calmos, mais tranquilos
Mais reais com a minha verdadeira condição
Compreendendo se cada passo que dou condiz com a minha essência...
Decido sempre me respeitar, a compreender minha profunda honestidade...
Onde posso decidir
Decido não ter pressa de reconstruir sonhos
Decido por continuar de cabeça erguida
Sem vitimismo, me perdoando
E perdoando sempre a quem tenha me causado dor, tenha sido ela de qualquer tamanho...
Onde não posso decidir
Não posso forçar, não posso esmurrar portas
Não posso pensar por ninguém
Não posso desconstruir o que foi construído a meu respeito no coração das pessoas
Não posso decidir por mudar destinos que não pertencem somente a mim...
Decido contemplar a paisagem
Não estabelecer novos marcos
Não criar novas dores
Não sofrer novas rejeições...
Decido me reconstruir e me enxergar melhor
Andar no meu ritmo, na minha constância
No que realmente preciso para ficar em paz
Decido ficar com palavras que aquecem, que restauram e curam
Decido não me agredir, arrancando à força raízes profundas de dentro de mim...
Se são ervas daninhas, o amor e o perdão dissiparão o dano, a dor
Se são vícios de comportamento, o amor e o perdão me convencerão
E com ternura e tranquilidade, estas raízes se reconfigurarão
Se é falta de amor próprio
O amor e o perdão sempre me convencerão do melhor caminho
Me guiando para o restabelecimento deste novo eu...
Deixo ir o que já foi
Deixo ficar o que já é
Em paz, em solitude
Com tranquilidade, sem pressa, sem pressão
É o que posso decidir
É o que posso fazer por mim...
Aline Antoneli
30/09/2018
16:23
Decido amar, retrilhar meu caminho em paz
Olhar com honestidade, abrir portas
Construir pontes, derrubar muros
Decido continuar, decido andar
Deixar virem lágrimas quando estas quiserem
Ficar quietinha no meu canto quando sei que preciso
Decido abraçar, sorrir e continuar em paz
Onde me cabe decidir,
Onde sou eu que determino
Decido não forçar nada de fora para dentro...
Decido dar passos mais calmos, mais tranquilos
Mais reais com a minha verdadeira condição
Compreendendo se cada passo que dou condiz com a minha essência...
Decido sempre me respeitar, a compreender minha profunda honestidade...
Onde posso decidir
Decido não ter pressa de reconstruir sonhos
Decido por continuar de cabeça erguida
Sem vitimismo, me perdoando
E perdoando sempre a quem tenha me causado dor, tenha sido ela de qualquer tamanho...
Onde não posso decidir
Não posso forçar, não posso esmurrar portas
Não posso pensar por ninguém
Não posso desconstruir o que foi construído a meu respeito no coração das pessoas
Não posso decidir por mudar destinos que não pertencem somente a mim...
Decido contemplar a paisagem
Não estabelecer novos marcos
Não criar novas dores
Não sofrer novas rejeições...
Decido me reconstruir e me enxergar melhor
Andar no meu ritmo, na minha constância
No que realmente preciso para ficar em paz
Decido ficar com palavras que aquecem, que restauram e curam
Decido não me agredir, arrancando à força raízes profundas de dentro de mim...
Se são ervas daninhas, o amor e o perdão dissiparão o dano, a dor
Se são vícios de comportamento, o amor e o perdão me convencerão
E com ternura e tranquilidade, estas raízes se reconfigurarão
Se é falta de amor próprio
O amor e o perdão sempre me convencerão do melhor caminho
Me guiando para o restabelecimento deste novo eu...
Deixo ir o que já foi
Deixo ficar o que já é
Em paz, em solitude
Com tranquilidade, sem pressa, sem pressão
É o que posso decidir
É o que posso fazer por mim...
Aline Antoneli
30/09/2018
16:23
A pressa
Eu já tinha uma espera estruturada aqui
Guardada, plantada, bem lá no cantinho do meu ser
Mas veio a pressa...
Veio e arrancou tudo de uma vez
A pressa de viver algo novo
A pressa de estar com quem tanto desejo
A pressa de me lançar na leveza depois de tanta escuridão e cansaço...
A pressa de escrever uma nova história, um final feliz...
A pressa de contagiar cada canto da memória
A pressa que veio da surpresa por perceber
Que eu poderia me abrir de novo, amar de novo...
Ela trouxe e levou tudo embora
Deixou vazio o que não era mais vazio
De novo...
Não me deixou ver o fim nem o início
Ela me deixou aqui, com a planta arrancada na mão
E o buraco na alma, sangrando
Ela te levou de mim, sem mal ter me deixado ver você...
Aline Antoneli
30/09 - 13:07
Guardada, plantada, bem lá no cantinho do meu ser
Mas veio a pressa...
Veio e arrancou tudo de uma vez
A pressa de viver algo novo
A pressa de estar com quem tanto desejo
A pressa de me lançar na leveza depois de tanta escuridão e cansaço...
A pressa de escrever uma nova história, um final feliz...
A pressa de contagiar cada canto da memória
A pressa que veio da surpresa por perceber
Que eu poderia me abrir de novo, amar de novo...
Ela trouxe e levou tudo embora
Deixou vazio o que não era mais vazio
De novo...
Não me deixou ver o fim nem o início
Ela me deixou aqui, com a planta arrancada na mão
E o buraco na alma, sangrando
Ela te levou de mim, sem mal ter me deixado ver você...
Aline Antoneli
30/09 - 13:07
Significados
Ir até lá não significa que irei ver
Ver não significa que irei me aproximar
Me aproximar não significa que iremos conversar...
Conversar não significa que vai resolver
Resolver não significa que vai parar de doer
Parar de doer sequer significa que vai curar
Curar não é o mesmo que deixar de te amar...
Aline Antoneli
09/06/18
Ver não significa que irei me aproximar
Me aproximar não significa que iremos conversar...
Conversar não significa que vai resolver
Resolver não significa que vai parar de doer
Parar de doer sequer significa que vai curar
Curar não é o mesmo que deixar de te amar...
Aline Antoneli
09/06/18
Sobre quem canta aqui...
Hoje quem me socorre é Renato, por Cássia
Tem dia que é Lulu, Bono, The Edge
Até Bruno às vezes...
Na maioria dos dias Roger, Eddie e cia. me cobrem
Me acalentam
São meu alento...
Tiê também, com a sua linda história confessa
Me ajuda a entender que não há uma face escura na lua
Que a lua é, em si, toda escura
Porque quando ouço as sirenes
Ouvindo circos tão profundos
Vejo que o templo está em ruínas
Mas o amor é maior do que qualquer coisa em seu caminho...
Quando o sol está se pondo
Vejo que é de você que aprendi a sentir falta
E ainda que amanhã não seja nada disso
Cabendo só a mim esquecer...
Mesmo com motivos para não desistir nem tentar
Eu poderia ficar
Para que o dia tornasse tudo isso real
Nem que fosse por um minuto...
Aline Antoneli
25/09/18 9:52
Tem dia que é Lulu, Bono, The Edge
Até Bruno às vezes...
Na maioria dos dias Roger, Eddie e cia. me cobrem
Me acalentam
São meu alento...
Tiê também, com a sua linda história confessa
Me ajuda a entender que não há uma face escura na lua
Que a lua é, em si, toda escura
Porque quando ouço as sirenes
Ouvindo circos tão profundos
Vejo que o templo está em ruínas
Mas o amor é maior do que qualquer coisa em seu caminho...
Quando o sol está se pondo
Vejo que é de você que aprendi a sentir falta
E ainda que amanhã não seja nada disso
Cabendo só a mim esquecer...
Mesmo com motivos para não desistir nem tentar
Eu poderia ficar
Para que o dia tornasse tudo isso real
Nem que fosse por um minuto...
Aline Antoneli
25/09/18 9:52
Perto o suficiente
Se você está nos meus poemas?
Sim, você está neles...
Em cada letra, em cada intenção de dar espaço, de formar estrofe
Você chegou perto o suficiente
Tão perto que hoje sonho de novo
Tão perto que tudo ficou no lugar
E os tempos se definiram aqui...
Sim, você está na minha poesia...
Nos pensamentos que escolho ter
E nos que eu não escolho também...
Na congruência das ideias que me fazem entender
O porquê de tudo
O motivo da vida ter sido assim...
Aline Antoneli
20/09/18 21:58
Sim, você está neles...
Em cada letra, em cada intenção de dar espaço, de formar estrofe
Você chegou perto o suficiente
Tão perto que hoje sonho de novo
Tão perto que tudo ficou no lugar
E os tempos se definiram aqui...
Sim, você está na minha poesia...
Nos pensamentos que escolho ter
E nos que eu não escolho também...
Na congruência das ideias que me fazem entender
O porquê de tudo
O motivo da vida ter sido assim...
Aline Antoneli
20/09/18 21:58
As reticências falam...
Eu escrevo sobre simplicidades...
As palavras simples falam
A coragem expõe a delicadeza
Deixa à flor da pele a essência...
A saudade é real
É viva e fala...
O abraço fala, o emoji fala...
As reticências falam...
A gente só precisa prestar atenção...
Aline Antoneli
14/09/18
As palavras simples falam
A coragem expõe a delicadeza
Deixa à flor da pele a essência...
A saudade é real
É viva e fala...
O abraço fala, o emoji fala...
As reticências falam...
A gente só precisa prestar atenção...
Aline Antoneli
14/09/18
Onde me escondo
Às vezes eu fujo sim...
Encontro um lugarzinho bem confortável e quente dentro de mim e corro pra lá
Às vezes fujo pra uma lembrança gostosa de um amor que já se foi há muito tempo...
Fujo também pra dentro da risada dos meus filhos, ah que lugarzinho bom
Fujo pras mãozinhas deles segurando as minhas na hora de dormir...
Fujo pra dentro daquele abraço e fico lá, lembrando do cheiro, do suspiro e do toque...
Às vezes fujo para as palavras ditas, escritas e quando leio, me aconchego nelas
Já fugi pra uma paisagem, pra um banco de praça, até pra um chuveiro em um banheiro de azulejos bem escuros...
Fujo toda hora pra um monte de músicas... É nelas onde passo mais tempo...
Bastou fazer bem e dar sentido, pronto...
Vira um ponto na minha rota de fuga, que com certeza em algum momento vou procurar....
Aline Antoneli
12/09 - 13:00
Encontro um lugarzinho bem confortável e quente dentro de mim e corro pra lá
Às vezes fujo pra uma lembrança gostosa de um amor que já se foi há muito tempo...
Fujo também pra dentro da risada dos meus filhos, ah que lugarzinho bom
Fujo pras mãozinhas deles segurando as minhas na hora de dormir...
Fujo pra dentro daquele abraço e fico lá, lembrando do cheiro, do suspiro e do toque...
Às vezes fujo para as palavras ditas, escritas e quando leio, me aconchego nelas
Já fugi pra uma paisagem, pra um banco de praça, até pra um chuveiro em um banheiro de azulejos bem escuros...
Fujo toda hora pra um monte de músicas... É nelas onde passo mais tempo...
Bastou fazer bem e dar sentido, pronto...
Vira um ponto na minha rota de fuga, que com certeza em algum momento vou procurar....
Aline Antoneli
12/09 - 13:00
Depois de aberto o alçapão das dores
Primeiro, era um grande alçapão de dores trancadas e não curadas
Ainda inflamadas pelo sufocamento do tempo...
Depois, toda a história, memória a memória, todas as sensações e ressentimentos, emoções e lembranças, foram revividas
Uma a uma, na medida em que foi possível e relevante serem ressignificadas...
Uma confusão mental, um lapso no espaço-tempo trouxe as tão desejadas respostas, que deram sentido e transformaram todas as dores em doçura e respeito...
Agora, porém, é só vazio.
A dor foi embora, a história foi reconfigurada, ressignificada, o perdão prevaleceu, o amor trouxe paz, e não há mais nada...
Não há o que sustente a permanência das lembranças como nada mais do que elas são: lembranças...
Não há o que me faça esquecer por um dia sequer, mas não há o que faça com que seja reescrito com uma vírgula diferente do que é...
Não há nada aqui mais... só o vazio. Não há dor, não há apego, não há paixão, não há talvez, amor... só o vazio...
Às vezes é manifesta uma saudade ao me lembrar da história recente...
Mas esta lacuna, este vazio que ficou, nada preenche, nada mais preenche...
Aline Antoneli
25/09
Ainda inflamadas pelo sufocamento do tempo...
Depois, toda a história, memória a memória, todas as sensações e ressentimentos, emoções e lembranças, foram revividas
Uma a uma, na medida em que foi possível e relevante serem ressignificadas...
Uma confusão mental, um lapso no espaço-tempo trouxe as tão desejadas respostas, que deram sentido e transformaram todas as dores em doçura e respeito...
Agora, porém, é só vazio.
A dor foi embora, a história foi reconfigurada, ressignificada, o perdão prevaleceu, o amor trouxe paz, e não há mais nada...
Não há o que sustente a permanência das lembranças como nada mais do que elas são: lembranças...
Não há o que me faça esquecer por um dia sequer, mas não há o que faça com que seja reescrito com uma vírgula diferente do que é...
Não há nada aqui mais... só o vazio. Não há dor, não há apego, não há paixão, não há talvez, amor... só o vazio...
Às vezes é manifesta uma saudade ao me lembrar da história recente...
Mas esta lacuna, este vazio que ficou, nada preenche, nada mais preenche...
Aline Antoneli
25/09
Sozinha eu não posso mais...
Sozinha eu não posso mais
Perder, ter
Perder o que tive, depois de ter me perdido de mim para ter...
Sozinha eu não posso mais
Me lembrar, me esquecer
Me lembrar de me esquecer do que não consigo não lembrar...
Sozinha eu não posso mais
Ter, me abster
Me abster do que tive pra ter paz...
Sozinha eu não posso mais
Negar, não dizer
Negar o que é parte de mim e do todo que me completa
Não dizer do amor que tive e que sempre trouxe aqui...
Sozinha eu não posso mais
Guardar, reter
Guardar só comigo toda cura
Reter o que é tão bonito compartilhar...
Sozinha eu não posso mais
Me ressentir, me magoar
O perdão é fruto do amor
Quanto mais amo, mais amo e mais sei perdoar...
Aline Antoneli
09/1999 e 09/2018 ❤️
Perder, ter
Perder o que tive, depois de ter me perdido de mim para ter...
Sozinha eu não posso mais
Me lembrar, me esquecer
Me lembrar de me esquecer do que não consigo não lembrar...
Sozinha eu não posso mais
Ter, me abster
Me abster do que tive pra ter paz...
Sozinha eu não posso mais
Negar, não dizer
Negar o que é parte de mim e do todo que me completa
Não dizer do amor que tive e que sempre trouxe aqui...
Sozinha eu não posso mais
Guardar, reter
Guardar só comigo toda cura
Reter o que é tão bonito compartilhar...
Sozinha eu não posso mais
Me ressentir, me magoar
O perdão é fruto do amor
Quanto mais amo, mais amo e mais sei perdoar...
Aline Antoneli
09/1999 e 09/2018 ❤️
Só não houve fim...
Eu abraço as letras, acaricio o papel...
Leio e releio tudo o que escrevi
Todas as frases ditas por você e que eu guardei...
Escrevi para não me esquecer, para a minha memória não me trair em momentos de saudade...
Me agarro às letras, toco nelas, porque são tudo que tenho de você...
São tudo o que tenho
São tudo o que a vida me deixou ter...
Ao acariciar as letras é como se eu tocasse cada pedacinho de você
Ao ler, reler, tocar e me lembrar, sinto a consistência da eternidade me trazendo o conforto
Do que o tempo não foi capaz de apagar...
Quando leio e releio, quando toco nas letras
Me lembro que houve uma história
Houve amor no abraço
Houve céu no olhar
Houve eternidade no momento
Só não houve fim...
Aline Antoneli
26/08/18 - 10:45
Leio e releio tudo o que escrevi
Todas as frases ditas por você e que eu guardei...
Escrevi para não me esquecer, para a minha memória não me trair em momentos de saudade...
Me agarro às letras, toco nelas, porque são tudo que tenho de você...
São tudo o que tenho
São tudo o que a vida me deixou ter...
Ao acariciar as letras é como se eu tocasse cada pedacinho de você
Ao ler, reler, tocar e me lembrar, sinto a consistência da eternidade me trazendo o conforto
Do que o tempo não foi capaz de apagar...
Quando leio e releio, quando toco nas letras
Me lembro que houve uma história
Houve amor no abraço
Houve céu no olhar
Houve eternidade no momento
Só não houve fim...
Aline Antoneli
26/08/18 - 10:45
Rredundantemente perto
Sempre que me perguntar como estou com relação a essa história, sempre vou responder: nunca distante...
Perto, muito perto, tão perto que não separo de mim o que ela é, ou o que sou...
Sempre que perguntar por ela, estará perguntando por mim, pois somos indivisíveis...
E ser indivisível com essa história é o que me dá força para ser quem sou...
Quando, por força de si mesma, ela transcendeu, me definiu...
Então estou perto, sempre perto, sempre dentro, sempre pertencendo...
Aline Antoneli
20/09 - 22:12
Perto, muito perto, tão perto que não separo de mim o que ela é, ou o que sou...
Sempre que perguntar por ela, estará perguntando por mim, pois somos indivisíveis...
E ser indivisível com essa história é o que me dá força para ser quem sou...
Quando, por força de si mesma, ela transcendeu, me definiu...
Então estou perto, sempre perto, sempre dentro, sempre pertencendo...
Aline Antoneli
20/09 - 22:12
O essencial
Pra me manter na essência,
conectada ao quem realmente sou,
preciso desde amor...
É minha âncora, o que não me deixa me perder...
É meu silêncio e quietude...
Vestígio da eternidade, me dando sentido e razão...
Eu não posso me perder, esquecer, deixar de lado ou ignorar...
Preciso tocar esse amor todos os dias com meu coração,
para que tudo tenha sentido
Para que tudo fique no lugar
e não se perca dentro de mim...
Ele me salva de mim e me traz paz
Porto seguro e certeza de céu...
Aline Antoneli
20/09 - 22:08
conectada ao quem realmente sou,
preciso desde amor...
É minha âncora, o que não me deixa me perder...
É meu silêncio e quietude...
Vestígio da eternidade, me dando sentido e razão...
Eu não posso me perder, esquecer, deixar de lado ou ignorar...
Preciso tocar esse amor todos os dias com meu coração,
para que tudo tenha sentido
Para que tudo fique no lugar
e não se perca dentro de mim...
Ele me salva de mim e me traz paz
Porto seguro e certeza de céu...
Aline Antoneli
20/09 - 22:08
A praça
Ainda sinto o frescor daquela praça...
Todos os dias passeio por ela na minha mente e no coração...
Me sento nos bancos, sinto a aspereza do material de pedra que eles são feitos...
Vejo crianças e adolescentes passarem, saindo da escola...
Sinto o sol do meio dia e a fadiga da saída da escola...
Me lembro de cada pedaço e do cheiro que pairava,
Às vezes do almoço de alguém sendo feito por ali...
Um rádio ligado trazendo a trilha sonora despretensiosa,
Que não sabia que se tornaria inesquecível...
Todos os dias ainda sinto
aquele mesmo frescor de algo novo,
amor novo, no início...
Tão familiar, tão profundo
Ao mesmo tempo tão fácil, tão doce...
Esta sensação é parte de mim, de algo que sou,
que sempre esteve à minha espera,
e que se tornou eterno...
Não é passado, presente ou futuro...
Simplesmente é...
Aline Antoneli
31/05/2018
23:37
Os rabiscos
Os rabiscos todos joguei fora...
Aqueles que falavam das dores...
E do amor no meio das dores...
Ah! Sempre tem um no meio do outro...
Não queria ter jogado fora...
Mas eu queria que um pouco de mim que doía fosse embora também...
E foi!
Será que eu gosto de sofrer?
Aline Antoneli
30/05 17:14
Aqueles que falavam das dores...
E do amor no meio das dores...
Ah! Sempre tem um no meio do outro...
Não queria ter jogado fora...
Mas eu queria que um pouco de mim que doía fosse embora também...
E foi!
Será que eu gosto de sofrer?
Aline Antoneli
30/05 17:14
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