quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Tudo bem...

Se daí de onde estás
Ainda puder me enxergar
Me ler
E perceber as palavras
Que escrevo pra você
Tudo bem...

Se as letras que desenho no papel
Puderem se transformar
Na poesia que te alivia
E no afago que te acalma
Tudo bem...

Se você puder ao menos me ler
Daí de onde estás
Se com as minhas palavras
Eu puder te tocar

Vou seguir te dizendo
O que posso dizer daqui
Do meu lado do universo
Que paralelo ao teu
Só te sente
E não esquece o sentir...

E se a vida, sopro que é
Não permitir mais a gente
De se encontrar
Você daí, eu de cá
Tudo bem
De verdade
Tá tudo bem...

Espero

Espero escrevendo
Me recolocando no lugar
Olhando de novo para mim
Compreendendo o que preciso fazer agora
Para dar os próximos passos na vida

Nessa vida que é sopro
Quero deixar as letras virem...
Se desenharem no papel
E encontrarem seu destino
Chegarem onde precisam chegar
Arrancando fôlego de quem as toma
Por ar
Por simplesmente serem
As palavras que quero dizer

Sopro, registro no tempo
Linha que costura e atravessa
Os ciclos

Quero te dizer
Continuar a te encontrar
Para ver os teus lindos olhos
Fazerem florescer a poesia
Para te dar um livro de palavras
Que te trazem para perto
Para mim

E que te trazem paz
Aqui em mim
No meu peito
No meu abraço...

Filha do vento (blower's daughter)

Do vento que deixa tudo ir
tudo levar
tudo o que não tem que ficar

Eu escolho, posso escolher
E escolho deixar
Sempre o amor prevalecer

Quanto ao resto
Deixo o vento soprar
E levar...

Sou filha obediente

Palavras de breve saudade

Procuro as palavras
Que poderia escrever
Para guardar
o momento

O instante

Do extraordinário
Em meio ao normal
Dos dias que se vão
e se repetem

Iguais

Espero
Continuo esperando
E te vendo
como reflexo

No espelho

Seus olhos
Refletidos na memória
Passam como
um retrato

Paralisados

O toque
A lembrança
Se transformam
em ausência

Vazio

De eternizado
E guardado
Cada momento é
como um tempo

Petrificado

02/12