Envolvo, entrelaço a alma nos segredos rompantes
que se estremecem e me implodem.
Quero palavras, as procuro,
busco nos cantos escondidos de dentro dos nós.
Sem sentido para fazer fluir, tento fugir, correr e mesmo amarrada
Busco alívio no existir, no me saber existente talvez?
Eu sangrei, eu sangro.
Deixo a cama, os lençóis brancos cobertos do sangue vermelho
que sai de dentro de mim quente, pelos seus dedos.
A arte precisa me salvar.
A poesia precisa me salvar.
Não consigo me mover, não parei de sangrar.
Quero que a arte responda, trazendo alívio.
Tenho sede das palavras que não posso mais dizer
que ficam vãs pelo caminho, pelo trajeto que precisou ser interrompido.
Vejo do lado de dentro do espelho o reflexo dos lençóis manchados.
Sangro dores antigas, velhas e conhecidas.
Sangue novo em "odres velhos", rasgos novos em lençóis antigos.
Ele é quente, fresco, assusta.
Te assusta e me envergonha...